25/09/2010

É verdade, esqueci-me...

Esqueci-me de como eram feitos os sonhos.

Às vezes quando abro esta página do blog lembro-me de ti. De como descreves sempre tão bem todas as situações, de como te podia entregar o meu coração e de como tu o poderias transcrever melhor que ninguém.

Hoje procurei aquela música que oiço sempre que estou triste. Ou sempre que me apetece pensar mais a fundo em alguma coisa que sei que, eventualmente, me deixará triste. Hoje esqueci-me de como se chama. Oiço então uma tua. Roubei-te uma música.

Há momentos aqui que me lembro do quão longe estou dum mundo meu e do quão perto estou do meu mundo. E há momentos em que isso não faz mal. E outros em que uma melodia deita abaixo o sol que não entra pela janela.

Tenho pensado no Amor.
Deve haver uma razão para isso. Deve haver, com certeza, uma razão para isso.

Ontem os meus lençóis estavam frios pela primeira vez.
Ultrapassámos tanta coisa na vida, vivemos tanto até chegar aqui... E, agora, não sei o que significa este momento intemporal.
Este silencio no meu coração. Ele descansou finalmente. Resolveu dormir uma sesta e adormeceu.
Pediu-me expressamente para não o acordar, para o deixar ficar neste manto branco de uma neve quente.
Tenho-o sentido apertado. E sei perfeitamente porque tem estes pesadelos. Mas agora já fui longe demais e o seu silencio perdoa-me.

Fui longe demais. Outra vez. Fui longe demais com o meu coração. Obriguei-o a seguir este caminho que agora vejo que não foi certo.
Tenho pensado no Amor. No quanto deixei de pensar nele. No quanto é afinal para mim importante pensar nele.
Tenho pensado no quanto queria perceber o que é certo e o errado e juntar-me com ele nesse manto de paz. Respirar fundo como já fiz. Fechar os olhos.

Não foi certo tê-lo deixado viver tanto agora. Tapar-lhe tantas vezes a boca e a voz. A voz. Tapei-lhe a voz vezes sem conta. Tantas vezes. Tantas vezes que às vezes cheguei a pensar que ele tinha se esquecido de como se dizia Amo-te.

22/09/2010

Hoje percebi o que demorou 4 anos a esquecer .

21/09/2010

Gent .

Gent é a minha nova cidade.
Gent/Gand/Ghent...
Aqui fala-se todas as línguas. Falas em inglês e as pessoas respondem em holandês. Falas em português e as pessoas respondem-te em espanhol.
Rapidamente percebes que viemos todos do mesmo sítio... Do BigBang, do Homo Sapiens... Whatever it is, we are all the same.

Pensava que ia ser mais difícil do que está a ser.
Apetece-me chorar às vezes. Mas não choro.
Se calhar estou a ficar forte. Aquela força que nunca tive realmente.
Ou se calhar ainda só passaram uns dias.

Em Gent anda-se de bicicleta. Não há trânsito, não há carros praticamente. Há trams (metros à superfície), alguns autocarros, bicicletas e taxis. Há estradas só para bicicletas, semáforos só para bicicletas, rotundas só para bicicletas, parques de estacionamento só para bicicletas...

Há parques em todo o lado. Cada um tem alguma coisa que o torna bonito e especial. Um tem patos no lago e esquilos nas árvores, o outro tem flores amarelas e cor-de-rosa em todo o lado, o outro tem um canal a correr mesmo à frente...

Há uma rua cheia de bares. E cada bar pertence a um monumento. Ao longe parece uma igreja ou uma catedral enorme e pormenorizadamente bem construída, e de perto há pessoas na esplanada a beber cerveja e a tomar café.

Tenho saudades, sim.
E já contei os dias até ao dia do bilhete de volta a Lisboa.
Faltam exactamente 3 meses e 2 dias.



Gostava de te ouvir dizer que esperas por mim.