20/06/2012

Tudo e mais alguma coisa





Triste. Feliz. Feliz. Triste.

16/06/2012

Um adeus à Escócia

Sempre detestei dizer adeus. Mas também quem gosta?! Dizer adeus é daquelas coisas que parte o coração aos bocadinhos. Primeiro quando percebemos que o adeus está a chegar. Depois quando o adeus está mesmo quase a chegar. Quando o adeus chega o coração atinge o seu pico de despedaço. Mas depois despedaça-se mais um pouco quando já partimos e sabemos que o que tinha de ser já foi.

O limbo de contar os dias até ao adeus é, na minha opinião, o que mais dói. E se não estiver a aproveitar bem?! Não quero vir depois a ficar irritada com este ou aquele momento em que não fiz mas devia ter feito. Esse limbo é terrível. É como que uma facada invisível que só toca e magoa. Nem corta, nem rasga. Simplesmente se sente o bico pontiagudo a roçar a pele e a querer rasgar a epiderme. Esse limbo de 'quase dor'.

Sempre chorei muito em todos os adeus'es que tive de dizer. Bem na verdade sempre chorei muito e ponto final. Mas lembro-me de ter de me despedir ano após ano da família em Monte Gordo e ser sempre uma choradeira pegada. Depois de um ano sem os ver, aqueles 15 diazinhos traziam sempre um calor tão grande ao meu coração e à minha vida. Era difícil não querer aquilo por mais tempo.

Acho, no entanto, que será agora a primeira vez que terei de dizer adeus a pessoas que dificilmente encontrarei de novo. E isso dói. Custa e dói. Mas dói muito. Muito mesmo. É uma saudade que cresce ainda antes de se ter partido, porque já se sabe que o melhor já passou. Já se sabe que os momentos a recordar já passaram, não é agora em meia dúzia de dias que se fará história de novo. Já se sabe. Já se sabia mas agora sabe-se mesmo. Sabe-se que está no fim.

Estes dias escoceses estão a chegar ao fim. Este frio que me gela os ossos pela manhã, a chuva horizontal que queima os lábios segundo a segundo, o autocarro demasiado frio ou demasiado quente, as crianças, a família, o escritório, os amigos, o passeio, o castelo, a praia que só serve para ver da janela. Está tudo a dar as últimas. É bom que mantenha os olhos bem abertos nestes próximos dias para apreciar tudo até ao ínfimo pormenor. Para apreciar e comer todos os sabores.

A Escócia só me deu presentes. E por mais frio que aqui se faça sentir dia após dia, este país só me aqueceu o coração. E foi aqui que cresci como pessoa mais do que tinha crescido na Bélgica, na Irlanda, em Espanha... Aqui aprendi a ser-me. Aprendi a olhar o mundo da maneira que sempre quis olhar. Atingi um patamar de felicidade que não sabia sequer que existia. Uma paz interior que quero que caminhe comigo para o resto da vida. Não foi por estar na Escócia que tudo isto aconteceu. Foi, na verdade, porque assim teve de ser. Porque assim decidi que teria de ser. Mas é um peso enorme saber que a pessoa que entrou no avião no Aeroporto da Portela em Lisboa dia 13 de Janeiro não é a mesma pessoa que mora em mim. É um peso que me deixa na obrigação de agradecer a cada pessoa, a cada lugar, a cada momento.


Percebi que tenho um coração gigante porque, agora, vejo a quantidade de pessoas que cabem nele. Para sempre.

06/06/2012

Goodbyes...

Here we are,
Staring straight into tomorrow's eye's.

(...)

We hold hands,
We take walks and talk,
And laugh about things.
I'll tell you what,
This could be the way,
That every day was meant to be.

I don't want to go,
I don't want to stay one night,
Or one day.
So i'll stay the rest of my life.

Michelle Featherstone - Rest of my life