26/03/2011

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Nobody said it was easy...

They just said it was worth it.

09/03/2011

Timing

Hoje foi dia de pensar e seguir impulsos.

Foi dia de pensar no quão longe a vida me levou do que quero ser. Dia de olhar ao espelho, de perceber o que está mal. Dia de querer mudar.

É sempre tão difícil escolher um caminho. E a possibilidade de errarmos na escolha é sempre tão grande, que às vezes só queria poder ficar quieta, sentada na bifurcação e nunca escolher. Nunca ser preciso escolher, viver em bifurcações e rotundas do tempo...nunca ter de escolher uma saída ou uma entrada. Nunca haver a possibilidade de errar, de falhar a felicidade por um triz.

Às vezes só quero isso. Só quero inventar um mundo para mim, para as minhas regras, onde cabem todas as minhas imperfeições e onde as perfeições são valorizadas à sua maneira autêntica.
E quero fugir. Fugir para mais longe. Percebi que preciso de fugir não geograficamente, porque mesmo na Bélgica fugir ainda faz sentido. Preciso de menos, muito menos. Preciso de muito menos do que o que tenho no meu coração. Preciso de esvaziar a reciclagem, de conseguir fechar esta pasta...de carregar no botão vermelho em cruz. É só isso. É só isso que preciso de fazer.

Já não sou feita dessas folhas de papel. Essas palavras, esses textos, esses sentimentos...já nada disso me pertence. Mas já percorri tanto este caminho, já cheguei tão longe, já passei tantas barreiras que agora...agora na pedra mais pequena já não tenho forças para saltar outra vez. Preciso de voltar para trás, de fazer todo o caminho de volta. De arranjar pão e água e pernas para fazer todo o caminho de volta. E ver o sol baixar e levantar todos os dias sem ti. Só com pão e água e pernas para sair deste caminho, para voltar para trás.

Lembrei-me do nome certo. Vou pô-lo como título deste post. O nome é timing. A razão de todos os problemas de todas as vidas de todas as pessoas é timing.
Somos infelizes quando vivemos em desacordo com o exterior. Quando não damos nada a alguém que nos dá tudo e quando damos tudo a alguém que nos dá nada. É a ingratidão a que estamos sujeitos sempre que escolhemos o caminho. Uma decisão que só sabemos certa ou errada sempre tarde de mais. Será sempre tarde de mais para voltar atrás. Mesmo depois de um passo apenas, já é tarde demais. Já memórias foram construídas para serem destruídas, já implica esforço e coragem.

Sempre fui cobarde. Sempre esperei até ao último fio se partir. Apesar de sempre impulsionar falsos alarmes. Mas sempre soube. Sempre soube reconhecer o dia quando ele chegava. Hoje reconheci-o mal pela primeira vez. Talvez porque agora o esforço tem de ser maior, talvez eu o esteja a adiar, a empurra-lo para trás da porta, a pedir-lhe só mais um abraço, só mais um beijo, só mais uma mensagem.

Rasguei hoje o postal que te ia dar num impulso.
Je t'Aime era o que lá estava escrito.