26/10/2009

Foi mais ou menos assim...

Mais ou menos sem coisa nenhuma e com tudo de roda dos pés.
Tenho mais um grupo do qual faço parte. Um circulo de amigos que começou a crescer outra vez. Gargalhadas diferentes.

E foi assim...totalmente sem querer que nasceu este sentimento.
Foi como olhar para uma camisola na montra. Daquelas bonitas, com gola alta e elegante. Ficaria sempre bem com umas calças justas de ganga e umas botas de salto alto. Ficaria se perdesse uns quilinhos na cintura e se as pernas se decidissem a perder volume. Olho de volta para a frente. Com aquele objecto tão insignificante pousado nos meus pensamentos com uma força quase que irritante. Saber que é tudo menos nosso.
Foi assim. Uma camisola apenas. Atraente apenas. Causadora de sorrisos nocturnos com um pingo de vinho e 7UP. Apenas.
E quando dei por mim vesti-a. E ficou bem. Ficou surpreendentemente bem. Moldou-se a mim sem intenção. A intenção verdadeira era ficar na montra para toda a gente ver. Era a discrição máxima de qualquer tipo de conexão com algum corpo estranho.

Hoje sem querer quase te tratei pelo que não és. Ambos o sabemos em silêncio mas nenhum de nós se atreve a dizer. Às vezes são as palavras que estragam, que bofeteiam os momentos à espera que eles resistam sem danos alguns. Mas tu e eu sabemos isso bem, tão bem.
Calamo-nos por entre conversas a fio disparatadas. Numa viagem de carro de vidros embaciados e cabeça no colo. Se houvessem palavras aqui, aqui e agora, as borboletas de que tanto falam voavam para longe. E eu, eu que nunca as vi tão perto, não queria vê-las partir.
É bom. Demasiado bom não fazeres parte de mim. Nesta teoria de garrafas rotuladas.

E assim foi. Assim será. Uma rotina nova nasce. Um fim-de-semana que acaba terça-feira à tarde e começa sexta-feira ao almoço. Uma semana de 4 dias diferentes. Um cansaço feliz. O meu corpo não se queixa e a alma sorri. É tudo tão novo, tão cheio de vida e de pouco tempo livre.
Hoje comecei a ler, depois de anos a fio sem o fazer, depois de 3 livros lidos por completo. Peguei num diferente. Soltei a primeira gargalhada no fim da segunda página.

Deixei de ter tempo para pensar. Outra vez. E sou feliz. Outra vez.

13/10/2009

S. Martinho ?

A venda das castanhas na rua é sem dúvida o que marca o Fim do Verão.
Adoro castanhas. Adoro-as a qualquer hora do dia ou da noite. Sou daquelas pessoas que congela as castanhas no final do Inverno para as poder saborear quando quiser durante o resto do ano.

Comi castanhas na semana passada.



Tudo isto para dizer que este Outono cheira a Primavera.

Ontem demorei 1 hora a escrever uma mensagem.
E 1 hora e meia a adormecer à espera de uma resposta.
O telemóvel deu caixa cheia como sempre. E eu apaguei mensagem a mensagem, uma a uma, escolhendo as especiais e guardando-as. Não fazia isso desde que tinha 14 ou 15 anos.
Cheguei a casa e não me irritei quando vi o Vasquinho a roer a minha almofada.
Nem me irritei quando a minha mãe gritou comigo por uma coisa sem significância.


A Inês perguntou-me se eu estava apaixonada.
Isso explicava muita coisa.

09/10/2009

Where should I start with....?


Hum...

Really don't know.

Coisas e coisinhas. Têm sido dias diferentes estes.
Diferentes no sentido de diferentes.
Às vezes lembro-me que estou mais sozinha. Menos acompanhada. Quero contar à pessoa certa os segredos certos e ela não existe. Não está ali.

Guardei-te numa gaveta fechada. Congelei-a sobre os pés da cama.
Percebi que não preciso de te sentir longe para não te sentir. Percebi que podes estar perto, podes partilhar comigo o teu dia rotineiro como gostas que não me incomoda.

Conheci outra coisa. Um bicho.
Daqueles bichos que achava que só o veria uma vez na vida. E essa vez já tinha acontecido.
Ele apareceu. Finalmente apareceu. O bicho que não sabe que estive à espera dele, sentada nos sonhos que foram desaparecendo, caindo no vazio que criaram à volta das nuvens de fumo verde e roxo que embalavam as memórias soltas.
Ele não sabe.

Fui, sem querer. Mesmo sem querer. Pensava que era como o orvalho do jardim, que desaparecia sem darmos conta se olhássemos de frente. Foi sem intenção que te destacaste daquela música de fundo, daquela gente fumada de riso.

Foste. És, impressionantemente, ainda.

Por ti escrevo. Finalmente escrevo.
Estive à tua espera.
Anos talvez.

(Re)Conheço o caminho. Estes dias. Esta paixão.