02/04/2013

Coisas, Brasiles, Tugas, Amigos, Coisas

Perdi-me no tempo. Tenho andado meia perdida no tempo.

Não sei onde ficou o meu dom de escrever a toda a hora. A vontade até que ainda existe mas fica mascarada entre a preguiça de fazer login. Não sei bem quando ou como foi que cresci. Que me tornei nesta criança crescida que já não perde tempo em diários inúteis.

Inúteis, essa é de facto a verdade. Decidi aderir ao novo acordo ortográfico, foi um acontecimento meio recente. No entanto não o quero fazer aqui. Não sei, não me parece bem.

Fico agora meio perdida nestas páginas. Visito-as todos os dias, mais numa de recordação, de gozação, até. Gosto de me rir de mim própria, do quão ridícula fui por vezes.

Deixei de estar apaixonada, foi outra coisa que mudou. Nunca me tinha encontrado sem um amorzinho no coração até aos dias de hoje. Na maior parte das vezes sabe bem, deixa-me com tempo para me entreter com os amores passageiros que se vivem com muito mais intensidade. Deixa-me tempo para chorar por coisas pequenas que de outra forma não notaria. Deixa-me tempo para ser-me, descobrir-me, refazer-me. Ao mesmo tempo, esta estúpida sociedade irrita-me a paciência. Na verdade, talvez não seja bem a culpa da sociedade. Talvez seja mesmo eu que fico nervosinha. Impaciente. Carente. Desejosa. Não sei.

Quanto mais tento me conhecer, mais me desconheço. Acho que é disso que se trata a exploração afinal. Tenho ainda saudades dele. Claro. Claro. Deixei de pensar com tanta frequência. Em qualquer coisa, na verdade. Deixei de pensar na maioria das coisas do coração. Deixei que ele se deixasse estar, tirasse umas férias depois desses anos loucos pelos que passou. Acho que merece.

Mas as saudades. Se há coisa de que o meu coração não pára de se queixar é das saudades. Essa palavra ganhou uma nova vida quando aterrei aqui este ano, depois de um Natal aquecido por eletricidade. Tenho saudades de muitos e muitas coisas. Mas acima de tudo, de muitos.

De um muito em especial. Ou talvez dois em especial.

Tenho coisas a fazer. Tenho uma cadelinha nova. Chamei-lhe Tuga, porque poderei sempre dizer que na minha casa só vivem Tugas. Achei engraçado e acho que ela também. Faz cocó no sítio errado, e xixi também. Mas gosto dela. Gosto, na verdade, muito dela.

O Brasil é um lugar que me deixa feliz. Não sei. Ainda não entendi bem o porquê. Há vários porquês, na realidade. Vários vários. Muitos muitos.

Continuo com saudades. , sabes? Quando leio isto lembro-me da pessoa que eras comigo e que desvaneceu naquela manhã. Foste embora. Fui eu que fisicamente entrei naquele avião para Bruxelas, mas no fundo foste tu que foste embora. Não te encontro mais. Nunca mais. Sei que não vou nunca mais te encontrar. Não fisicamente. Se bem que fisicamente talvez também nunca mais te verei. É só triste, entendes? Só triste.

1 comentário:

Anónimo disse...

é na boa :)