Fui.
O que mais poderia ser?
Roubei-te um beijo de vez em quando...doeu?
Foste-me e roubaste-me. Se deixei?
Sim, deixei.
Quis-te. Amoleci-te em momentos. Errei?
Talvez, nem sei bem.
Se te amo? Não amo o que não posso ter, entrego esse amor à eterna inocência do fracasso.
Tantos segundos já...mais umas horas que ainda não passaram e eu tive-te na minha mão.
Sorri. Fui tão preenchida que me enchi de desejos vazios.
Deixavas-me cair tantas vezes. Se eu tinha de aguentar?
Sim, mas para quê?
Hoje percebo. Hoje vejo com clareza. Hoje vejo com os meus olhos o que me ensinaste a ver. Hoje sou crescida como me disseste para ser. Hoje vejo-te. E percebo o que me quiseste dizer...
Que és uma mentira. Mundos criados de mentira. Como os momentos feitos de mentiras. E aquele amor, a mais doce das mentiras, tão inesquecível como o sol que poisava naquele portal da nossa cruel realidade.
Cruel realidade. Tinhas tudo (mesmo tudo) para ser perfeito. Tens ainda tudo mas agora já não me importa. E não foste porque é bom ser-se mau. Foi isso?
Sei bem. Foste-me tanto. E hoje não me és nada.
Pó, talvez. Talvez me sejas um pó alérgico do passado. Não és distante. Quase que presente nas recordações recentes.
Não vales nada, sabes?
O que tu és é o sitio que te habita e torna-te alguém. Tirando isso...
Tirando isso não vales nada .
1 comentário:
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