(entre parêntesis)

(Estou perdida. Não sei para onde ir... Hoje pensei muito no que estou a fazer da vida...ou aliás, no que estou a deixar que a vida faça comigo. Desleixada com quem realmente sou, com o que realmente acredito, do que realmente amo. E dá para esconder os sonhos, afinal. Afinal, dá para parecer que gosto do que levo todos os dias, do esforço que ponho em cada ponto final ao deitar-me sobre a almofada redonda. Se sonhos são sonhos porque é que doem?
Li há bocado uma coisa que escrevi um dia...e dizia no meio de um texto enorme "não cabe em mim mais perfeição"...e porque é que te foste embora para nunca mais voltares, perfeição? Porque me levaste até ao ponto mais alto, o mais bonito do mundo, o mais azul e depois me largaste a mão sem avisar? Me deixas-te cair sem aparo...? Eu ainda estou a cair, sabes? Ainda não consegui chegar ao fim deste poço e aprender a viver aqui.
Estão distantes os momentos, distantes as hipóteses de reconquistar um dia esse lugar tão meu... Tenho comigo um lume aceso que me aquece quando sinto a tua falta mais que o normal, deixo-me aconchegar no calor que não passa de uma recordação saudável... E tudo acaba quando não há mais dúvidas de que preciso de voltar atrás ou de andar mais para a frente... Não suporto o vazio do agora. Não suporto o frio real que me fazes sentir. Eras amarelo-bonito e agora és transparente...eu quero-te pintar outra vez, o que eu mais quero é encher-te de novo de cor na minha vida...mas tu não deixas...Queres-me longe a apreciar o amarelo-bonito que ainda és para as outras pessoas...E eu? E eu...?)