Ultimamente toda a gente parece procurar um paraíso para passar férias...ora é as Caraíbas, ora Cabo Verde, ora Punta Cana, ora Maldivas e sei lá mais o quê.
Mas afinal o que se entende por paraíso?!?!
Eu tenho um paraíso. As pessoas associam não Português ao bonito e eu só me pergunto porquê. Até que percebi porquê.
Foi nesta praia que cresci, como costumo dizer, aos bocadinhos.
Foi aqui que me piquei numa concha e fiz uma fita desgraçada e no dia a seguir fui picada por um peixe-aranha e ninguém me ligou nenhuma até ficar estendida sem conseguir mexer a perna toda.
Foi aqui que encontrei um Príncipe.
Foi aqui que fora de pé e sem saber nadar furei o barco onde estava com o joelho e entrei em pânico.
Foi aqui que brinquei com os baldes e coleccionei conchas partidas.
Foi aqui que descobri que não é fácil andar de bicicleta na areia.
Foi aqui o único sítio onde mergulhei nua.
O único sítio que tem Aquelas bolinhas com creme que não existe noutra praia!
Foi aqui que descobri o que era uma alforreca depois de saltar em cima dela vezes sem fim.
Foi nesta praia. Nestas ruas. Nesta avenida que passei as melhores férias da minha vida. E para mim isso é o paraíso. Para mim podem-me privar de tudo durante um ano, mas de Monte Gordo nunca. A minha mãe pergunta-me porque essa obsessão, porque não podemos variar as férias de família e eu respondo-lhe sempre o mesmo: são 15 dias sagrados. É uma felicidade diferente e altamente contagiante. Passaram-se anos. E é como se lá vivesse. Conheço os cantos a casa,os professores da escola cumprimentam-me na rua, a mãe do vizinho da tia do amigo cumprimenta-me na rua, pergunta-me se está tudo bem, se fiz boa viagem...Tenho amigos de sempre. Amigos que vejo uma vez por ano mas que é como se visse todos os dias. É mágico.
É uma terra minha. E a magia nunca vai desaparecer porque eu nunca a vou ter como certa.
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