Não queria acreditar quando a vi. Tinha de ser por umas poucas horas, tinha mesmo de ser assim. Parece que voltei a relacionar as coisas, a pensar em pequeno como sempre. Está de acordo com tudo o que sonhei.
A árvore estava lá. Sabendo que era o momento perfeito de me mostrar outra vez o que é sentir. Sabendo que iria durar pouco. Não uma época. Desta vez era só por apreciar. Como se marcasse as horas e o dia na agenda para a admirarmos. Não era para ficar, toda a gente sabia que ela se iria apagar a qualquer momento. Mas eu esqueci-me disso. Esqueci-me que há coisas que duram o suficiente para sentir saudades, e coisas que não chegam à saudade mas à frustração de nem saudades ser certo sentir.
Quase como antes. Mas a certeza aperta-me o coração. Apertou-me ontem. Mais que muitas vezes. Apertou e deixou um rasto de algo que nunca irei ter. Uns bagos de arroz espalhados que vão dar a lado nenhum, uma mesa de cabeceira de um copo vazio caído.
É demais o que sinto. Não cabe. Rebenta, em vez disso. Formo coisas possíveis aos teus olhos só porque são impossíveis aos meus.
Deixei de querer por mim. Quero apenas porque não queres. Uma dependência de um amor que não existe. Que transborda toda a minha alma e que mesmo assim é um vácuo de coisas por sentir.
Nunca pensei que este dia chegasse. O dia de hoje...eu nunca pensei que chegasse.
Pensei que comigo era assim. Era "a minha maneira de ser". Não sinto quando acaba, sinto, ao invés, durante como uma explosão de chuva. Menos hoje.
O que falam nos filmes...
Afinal acredito. Afinal pode-se morrer de Amor.
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