01/02/2010

Maybe it's not a big deal...

Sempre achei que nunca iria passar o limite entre o ser criança e o ser adulto. Que mesmo depois das crises de adolescente, dos choros, dos risos por coisa nenhuma...mesmo assim nada disso desapareceu por completo. O lugar-criança que guardo é das coisas que mais me definem como ser humano.
O lugar da fantasia, dos sonhos por viver e por acreditar. O lugar dos sítios patetas, das músicas das Onda Choc ou das Chiquititas. O lugar onde há espaço para gostar da Floribella e do Recreio. Onde há espaço para chorar no fim do Papuça e Dentuça. O lugar de conforto eterno. Eterno conforto.

A questão é...quando é que nos apercebemos que esse lugar se desmorona? Qual é o limiar dessa destruição involuntária?

Quando? Quando é que deixamos de facto de ser crianças e damos esse Lugar ao ser frio e insensível que vive do outro lado? Ao ser que diz "nem penses" a um mergulho no mar às tantas da manhã. Que não pensa duas vezes em recusar uma foto com o Pai Natal. Que se esquece do que se calhar é o mais importante... Há coisas com as quais não conseguiria viver sem. E é difícil arranjar uma pela qual viva por.

Mas se calhar hoje descobri-a. Hoje descobri que vivo para ser a criança que sempre fui. Porque é nela que vou buscar os sorrisos mais sinceros, mais inesquecíveis que já vivi. As histórias mais comoventes, os momentos mais especiais. E é por ela que vivo. Porque sem ela, apenas sobrevivia.

Serve o presente post para dizer que este ano, pela primeira vez em 20 anos, não me vou mascarar no Carnaval. E se calhar não é assim tão importante. E se calhar não é caso para pôr tudo isto em causa. Mas foi o que me ocorreu. Foi a minha maneira de agir.

E de repente percebi que até nisso sou criança. Penso em tudo em pequeno. Quando o abraço só penso no quanto gosto dele. Não dou abraços de graça. Nem beijos de graça. Quando dou é porque gosto. Amo.

Amo.

2 comentários:

Inês disse...

nunca gostei muito de me mascarar e não é por isso que não canto contigo, quantas vezes quiseres, o comboio sem volta, ou o sumo de limão (entre outras)...e que não me rio como dantes, como sempre...e sei, como tu, que sempre que "ralhei" foi por saber que há quem não saiba ser feliz nesse lugar onde se é sempre criança*

zarinha disse...

Sentimentos são fáceis de mudar
Mesmo entre quem não vê que alguém pode ser seu par
Basta um olhar que o outro não espera
Para assustar e até perturbar, mesmo a Bela e a Fera

Sentimento assim, sempre é uma surpresa
Quando ele vem nada o detém
É uma chama acesa
Sentimentos vem para nos trazer
Novas sensações, doces emoções
E um novo prazer
Numa estação como a primavera
Sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera
Sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera

Sentimento assim, sempre é uma surpresa
Quando ele vem nada o detém
É uma chama acesa
Numa estação como a primavera
Sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera