Há dias quase impossíveis. Em que se acorda tarde e o corpo se queixa a qualquer passo, não apetece comer, levantar ou rir. Só fechar os olhos é que parece estar dentro dos limites.
Há dias em que sonho o impossível e acordo numa realidade paralela. Os pensamentos voam com o vento, mesmo que às vezes seja só uma pequena brisa, entrelaçam-se nos cabelos e deixam-me com um sorriso desordenado, sem razão aparente.
Há dias em que percebo que o tempo está a passar pela janela do meu quarto enquanto durmo e eu apática a tudo e a nada. Em que percebo quanto tempo passou desde a última vez, desde a última promessa por cumprir. Ficam as palavras presas e que perdem todo o sentido.
Há dias como hoje. Sem qualquer permissão lançam foguetes de memórias, explodem no ar e fazem-me perceber que deixei de correr, deixei de alcançar os sonhos que sonho, deixei o barco onde navegava em alto mar perdido pelas marés desastrosas, deixei os pensamentos a pairar na tua rua depois de decidir que nunca mais lá iria. Hoje não foi preciso lá voltar para os sentir outra vez...mas sei que estão extremamente ilusórios. Posso ter deixado o nosso barco naufragar sem velas, mas sei que nunca mais sairei do porto com a esperança de lá ficar para sempre.
"Nunca voltes ao lugar onde foste feliz."
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