28/01/2008

shiu .

Para ti não tenho mais nada senão silêncios. Silêncios daqueles constrangedores...daqueles que moem os pensamentos...daqueles que nos atacam os sentidos...daqueles que nos fazem perguntas mil e uma coisas indiscretas...

Para ti não tenho mais nada senão silêncios. Silêncios feitos em pó por palavras gastas...feitos de farrapos e desencontros traiçoeiros. Silêncios feitos de mentiras escapatórias, feitos de tentativas sucessivamente falhadas, feitos de gritos que não dei para não te assustar, feitos por bocadinhos espalhados de um amor ardido.

Para ti não tenho mais nada senão silêncios. Silêncios...profundos silêncios fechados a cadeados que escapam fugindo ás regras, puros e impuros...silêncios abafadores, que transbordam o calor dos nossos corpos (será que ainda temos o mesmo calor? ) unidos por uma eternidade qualquer. Silêncios de encontros que nunca deviam ter acontecido e de desencontros carregados com uma saudade que perturba a alma.

Para ti não tenho mais nada senão silêncios. Silêncios que substituía por palavras que já disse mas que voltava a dizer, por expressões que ignoras e outras que odeias. Nenhuma que adoras...não gostas de nada em mim. Silêncios para a pessoa que fui e que sou mas tu não acreditas...substituía-o por uma discussão em que tu ficavas a ganhar porque tu ganhavas sempre mesmo quando nitidamente era eu que tinha razão.

Fechaste-me em gavetas e já só te posso pintar. Mas não consigo...porque para ti não tenho nada mais senão silêncios...

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